segunda-feira, 15 de junho de 2009

Entrevista cedida para a terceira edição do FUZZ ZINE!

Fale um pouco da banda, como surgiu e pq do nome?

Ayuso: O Monaural surgiu em 2003, temos 4 cds lançados, todos independentes, + 3 virtuais, estamos agora com novo baixista, o Guilherme, que entrou a pouco tempo na banda, e estamos fechando shows pra 2009.Estávamos com dificuldade pra achar um nome para banda na época, já tínhamos usados dois que não tinham muito haver com a gente e numa conversa com um amigo ele sugeriu monaural, nós gostamos e o significado acabou fazendo sentido (monaural = tudo por um só canal), tem haver com a proposta da banda de canalizar sentimentos pelo canal estreito da música distorcida e suja.


A influência mais marcante é o grunge, que mais influencia a banda? O que cada um de vocês ouve?
Ayuso:Talvez o grunge seja a influência mais marcante ainda, mas ouvimos outras coisas também, alguns lances da Dischord como Fugazi, Jawbox, também ouvimos uns lances pós 90 tipo QOTSA, Foo Fighters, sei lá tem o Sonic youth que é 90 mas não considero grunge e por ae vai.
Ayuso: Eu ouço mais sons da década de 90, desde bandas mais undergrounds até as mais conhecidas, gosto de punk-rock, ouço música pop também, não sou muito eclético mas também não sou tão fechado, acabo procurando coisas diferentes.

Herik: Ouço bastante 90, um pouco de 80 tbm mas basicamente anos 90, tipo helmet, faith no more, nirvana, pantera.Guilherme: Ultimamente eu tenho ouvido umas coisas diferentes do grunge, Jimi Hendrix, motorhead, etc...

Como é o processo de composição das músicas?

Ayuso: Como a gente mudou de formação isso pode modificar com o tempo mas geralmente eu venho com uma idéia e a gente explora no ensaio, cada um vai interpretando do seu jeito e criando. As vezes eu coloco a letra por último, as vezes tenho a letra mas não tenho o riff, as vezes a gente compõe juntos faz uma jam e saem uns sons, algumas músicas saíram assim, acho até q as melhores na verdade, quando os 3 pegam pra tocar e saí espontâneo.
Eu (ayuso) escrevo as letras, geralmente elas são bem pessoais, mas no Expurgo eu consegui quebrar um pouco esse lance, me colocar de fora de certas situações e escrever com outra visão.

Por que cantar em português? Vocês sofrem preconceito por isso?....

Ayuso: Quando comecei a tocar escrevia em inglês, era outra mentalidade, mais juvenil talvez e também, querendo ou não, pra mim escrever em inglês é mais fácil, soa mais fácil, rima mais fácil. Com o tempo as idéias mudaram, queria me expressar através das músicas, então comecei a escrever em português. Hoje em dia eu acho q aprendi a escrever em português do meu jeito. Acho q ainda existem pessoas muito fechadas, q só ouvem rock em inglês e acham q banda que canta em português soa sempre como Legião urbana, capital Inicial, essas merdas, o q não tem nada a ver, dá pra fazer um som bom sim, pesado, com atitude e com vocal em português sem soar idiota.

Como foi a mudança de formação?

Ayuso: Faz alguns meses que mudamos de formação, mais ou menos. Chamamos o Guilherme para substituir o Gualter que deixou a banda, ele tirou as músicas, fizemos um ensaio e 3 shows seguidos! Foi barra pesada, ele se mostrou interessado pra caralho desde o começo, começamos a ensaiar e no ultimo show sentimos bastante diferença na banda, o astral mudou para melhor, hoje sentimos a banda mais completa.

Depois de uma longa espera o Expurgo saiu. Fale um pouco sobre o disco, como foi trabalhar com Clayton e Davi.

Ayuso: Passamos um tempão compondo material e pré produzindo o disco com o Davi. Depois de uns 6 meses de ensaio, limando e acrescentando coisas fomos para o estúdio gravar com o Clayton. Eu já conhecia o trabalho dele mas não imaginava como iria ser, chegamos meio inseguros mas depois começou a fluir, ele trabalha bem pra caralho, super profissional. A gravação foi bem calma, tivemos oportunidade de experimentar timbres, usar guitarras diferentes para cada música. A banda também tava bem redonda, a gente tinha ensaiado bastante. O Expurgo é um disco q tem bastante contraste, do lance acústico ao clima de balada chegando as extremidades da sujeira.

Quais as maiores dificuldades que vcs enfrentam por terem uma banda independente?

Ayuso: O que falta em primeiro lugar é um público, pelo menos pro som que a gente faz, ainda não achamos um público fiel. Tem muita gente q não absorve a proposta da banda ainda. Também rola uma desvalorização muito grande das casas de shows, pagam mal, a gente toca, ensaia, tem custo e ainda tem muito Dono de casa q está se lixando pra isso. Acho q é o q mais atrasa..

O que é o show pra vcs?

Ayuso: Ah pra mim é a cereja do bolo. Onde a gente pega tudo o que criou e trabalhou e mostra pras pessoas, onde vc se expõe e passa sua mensagem.

Herik: Pra mim é o auge, depois de trabalhar um tempão nas músicas poder chegar no palco e tocar.

Guilherme: ápice.

Qual a diferença de tocar em cidades menores, do interior por exemplo, e em São Paulo?

Ayuso: A receptividade é diferente. Acho q é por carência de bandas ou por terem outra cultura mesmo. Não que não existam bandas no interior pelo contrário, há uma cena em quase todas cidades do Brasil mas quando vem uma banda de fora eles respeitam mais, vão assistir mesmo, não é como em SP q no mesmo dia acontecem 15 shows diferentes, não é a mesma quantidade de informação para filtrar; Em SP o público costuma ser mais frio, tem muita banda e tem muita gente q não sai na intenção de ver shows, prefere curtir a balada, dançar, exibir suas roupas e cabelos da moda, encontrar amigos.

Qual a pretensão em relação a musica, o q esperam?

Ayuso: A gente quer tocar, gravar e levar o q estamos produzindo para a maior quantidade de pessoas possíveis. Iria ser estúpido dizer que estaríamos nos vendendo se pudéssemos viver de música, acho q de certa forma todos buscam reconhecimento. Porque eu descartaria a hipótese de mandar meu chefe se foder e viver de música?

Apesar de o Expurgo ter saído a pouco tempo vocês já estão compondo músicas novas pra um possível EP. Fale um pouco disso e o que podemos esperar do Monaural pra esse ano.

Ayuso: Pra 2009 estamos com uma tour de divulgação do expurgo. Com o lance do Guilherme entrar pra banda começamos a fazer músicas novas, diferentes, acho q temos umas 5 quase prontas, com uma proposta bem diferente do Expurgo, o som está mais quadrado, simples e direto, um pouco mais pop talvez, mas sem ser aquele “pop chacota”, e é uma coisa que queremos fazer agora, quem sabe testar nosso público “underground” que ainda não temos?
Pretendemos gravar alguns sons, provavelmente no Clayton, mudar o processo de gravação, experimentar e lançar virtual e depois mais e mais shows!

Obrigada pela entrevista espaço para considerações finais.

Ayuso: Queria dizer pras pessoas que estão lendo esse zine acreditarem no q elas fazem, no que elas realmente gostam de fazer pois só assim elas irão se sentir úteis perante essa sociedade que tanto nos oprime e nos limita, acho q é valido você batalhar e acreditar no q você realmente gosta e quer fazer, tocar o foda-se bem alto!

Por Bruna Sizilio

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