segunda-feira, 15 de junho de 2009

Espírito Grunge Old School!



Monaural na edição n 17 da Revista UP.

"...Mas o lance é que nenhuma luz rebatia em cima deles quando os caras subiram no palco às 20h45. No máximo um flash da Pimar tirando uma foto ou outra, ou o sorriso triste de Julia no meio do salão. O palco de um rock-star falido e a porra de uma banda de garagem. Cara, aquilo era a ressurreição. Ayuso subiu no palco e falou: “Eu quero agradecer ao Formigueiro, a todo pessoal que veio e é isso aí”, e então rasgou o primeiro acorde de Acaba Logo Com Isso. Quando tentou gritar algumas frases percebeu que a caixa de voz tinha pifado de vez. Mas aquilo não tinha muita importância por isso ele continuou cantando mesmo com aquele chiado estranho no fundo. Forte e cru, como uma bofetada de saudosismo que acerta em cheio o miocárdio. De verdade. O Ayuso embarca numa espécie de transe quando segura uma guitarra e se esgoela e sussurra no microfone, sem brincadeira, ele contrai o lábio prum canto da boca e fica grunhindo como um amaldiçoado, cochichando as letras como se contasse um segredo no ouvido de cada um. É de arrepiar, sem frescura, é sério. Mas quando o cara grita vem aquela sensação do sangue rasgando as veias, saca, você sente o cara vivo e pulsando, e você se sente vivo e pulsando. E ele grita muito, é porque se não gritasse feito a catarse de toda aquela gente ele não seria um rock-star falido, alguém precisa fazer o trabalho sujo e exorcizar no berro toda aquela porra daquela angústia, daquela angústia jovem e pulsante, esse maldito negócio que faz a gente se sentir vivo e pulsando. E cara, a intensidade da coisa não parava de subir e eu conseguia ver os pedaços da baqueta do Herik se despedaçando sempre que ele a esmagava no surdo como se fosse a fuça daqueles filhinhos de papai do Marista"...
Trecho da Matéria na Revista Up por Junior Belle.

Quer baixar a revista na faixa?

Baixe aqui:
http://www.mediafire.com/?jzozojjmynm

Nenhum comentário:

Postar um comentário